quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Obra em prosa de Paulo Leminski

- Catatau (prosa experimental). Curitiba, Ed. do Autor, 1975. 213p.
- Agora é que são elas (romance). São Paulo, Brasiliense, 1984.1 63p.
- Catatau. 2ª ed. Porto Alegre, Sulina, 1989. 230p.
- Metaformose, uma viagem pelo imaginário grego (prosa poética/ensaio). Iluminuras, São Paulo, 1994. (Prêmio Jabuti de poesia , 1995)
- Descartes com lentes (conto). Col. Buquinista, Fundação Cultural de Curitiba, Curitiba, 1995.
- Agora é que são elas (romance). 2ª ed. Brasiliense / Fundação Cultural de Curitiba, 1999.

Postado por: Bruna Lisboa do Vale
Obra poética de Paulo Leminski

- Quarenta clics de Curitiba. Poesia e fotografia, com o fotógrafo Jack Pires.
- Curitiba, Etecetera, 1976. (2ª edição Secretaria de Estado Cultura, Curitiba, 1990.) n.p.
- Polonaises. Curitiba, Ed. do Autor, 1980. n.p.
- Não fosse isso e era menos/ não fosse tanto e era quase. Curitiba, Zap, 1980. n.p.
- Tripas. Curitiba, Ed. do Autor, 1980.
- Caprichos e relaxos. São Paulo, Brasiliense, 1983. 154p.
- e Ruiz, Alice. Hai Tropikais. Ouro Preto, Fundo Cultural de Ouro Preto, 1985. n.p.
- Um milhão de coisas. São Paulo, Brasiliense, 1985. 6p.
- Caprichos e relaxos. São Paulo, Círculo do Livro, 1987. 154p.
- Distraídos venceremos. São Paulo, Brasiliense, 1987. 133p. (5ª edição 1995)
- La vie en close. São Paulo, Brasiliense, 1991.
- Winterverno (com desenhos de João Virmond). Fundação Cultural de Curitiba, Curitiba, 1994. (2ª edição publicada pela Iluminuras, 2001. 80p.)
- Szórakozott Gyozelmunk (Nossa Senhora Distraída) - Distraídos venceremos, tradução de Zoltán Egressy, Coletânea organizada por Pál Ferenc. Hungria, ed. Kráter, 1994. n.p.
- O ex-estranho. Iluminuras, São Paulo, 1996.
- Melhores poemas de Paulo Leminski. (seleção Fréd Góes) Global, São Paulo, 1996.
- Aviso aos náufragos. Coletânea organizada e traduzida por Rodolfo Mata. Coyoacán - México, Eldorado Ediciones, 1997. n.p.

Postado por: Bruna Lisboa do Vale

Poesia: 1970

Tudo o que eu faço
alguém em mim que eu desprezo
sempre acha o máximo.
Mal rabisco,
não dá mais para mudar nada.
Já é um clássico.

[do livro Distraídos Venceremos]

Postado por: Rayssa Lucena Wanderley

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um Bom Poema
um bom poema leva anos
cinco jogando bola, mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra, nove namorando a vizinha,
sete levando porrada, quatro andando sozinho,
três mudando de cidade, dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você, caminhando junto

Postado por: Bruna Lisboa do Vale
Erra uma vez
nunca cometo o mesmo erro duas vezes
já cometo duas três quatro cinco seis
até esse erro aprender que só o erro tem vez
Postado por: Bruna Lisboa do Vale

domingo, 30 de agosto de 2009

Bem no Fundo

No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto.

A partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo.

Extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais.

Mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.

Postado por: Thaysa Lobo

Amor Bastante

Quando eu vi você
tive uma idéia brilhante,
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante,
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante.

Basta um instante
e você tem amor bastante.

Um bom poema
leva anos.
Cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto.

Postado por: Camila Carvalho.

sábado, 29 de agosto de 2009

Sem Budismo

Poema que é bom
acaba zero a zero.
Acaba com.
Não como eu quero.
Começa sem.
Com, digamos, certo verso,
veneno de letra, bolero.
Ou menos.
Tira daqui, bota dali,
um lugar, não caminho.
Prossegue de si.
Seguro morreu de velho,
e sozinho.

[do livro Distraídos Venceremos]

Postado Por: Amanda da Silva Brito

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Eternamente

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

Postado por: Thaysa L. Pegado

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Deixei alguém nesta sala
que muito se distinguia
de alguém que ninguém se chamava,
quando eu desaparecia.
Comigo se assemelhava,
mas só na superfície.
Bem lá no fundo, eu, palavra,
não passava de um pastiche.
Uns restos, uns traços, um dia,
meus tios, minhas mães e meus pais
me chamarem de volta pra dentro,
eu ainda não volte jamais.
Mas ali, logo ali, nesse espaço,
lá se vai, exemplo de mim,
algo, alguém, mil pedaços,
meio início, meio a meio, sem fim.
[do livro Distraídos Venceremos]
Postado por: Rayssa Lucena Wanderley

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Biografia

Filho de Paulo Leminski e Áurea Pereira Mendes. Mestiço de pai polonês com mãe negra, Paulo Leminski Filho sempre chamou a atenção por sua intelectualidade, cultura e genialidade. Estava sempre à beira de uma explosão e assim produziu muito. É dono de uma extensa e relevante obra. Desde muito cedo, Leminski inventou um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves, muitas vezes fazendo haicais, trocadilhos, ou brincando com ditados populares.
Leminski casou-se, aos dezessete anos, com a desenhista e artista plástica Neiva Maria de Sousa (da qual se separou em 1968).
Casou-se em 1968 com a também poetisa Alice Ruiz, com quem viveu durante vinte anos. Algum tempo depois de começarem a namorar, Leminski e Alice foram morar com a primeira mulher do poeta e seu namorado, em uma espécie de comunidade hippie. Ficaram lá por mais de um ano, e só saíram com a chegada do primeiro de seus três filhos: Miguel Ângelo (que morreu com dez anos de idade, vítima de um linfoma). Eles também tiveram duas meninas, Áurea (homenagem a sua mãe) e Estrela.
De 1969 a 1970 decidiu morar no Rio de Janeiro, retornando a Curitiba para se tornar diretor de criação e redator publicitário.
Músico e letrista, Leminski fez parcerias com Caetano Veloso e o grupo A Cor do Som entre 1970 e 1989.
A música estava ligada às obras de Paulo Leminski, uma de suas paixões, proporcionando uma discografia rica e variada.
Entre 1984 e 1986, em Curitiba, foi tradutor de Alfred Jarry, James Joyce, John Fante, John Lennon, Samuel Beckett e Yukio Mishima. Publicou o livro infanto-juvenil ‘’Guerra dentro da gente’’, em 1986 em São Paulo.
Entre 1987 e 1989 foi colunista do Jornal de Vanguarda que era apresentado por Doris Giesse na Rede Bandeirantes;Paulo Leminski foi um estudioso da língua e cultura japonesas e publicou em 1983 uma biografia de Bashô. Além de escritor, Leminski também era faixa-preta de judô. Sua obra literária tem exercido marcante influência em todos os movimentos poéticos dos últimos 20 anos.


Postado por: Bruna Lisboa do Vale